segunda-feira, dezembro 20, 2004



"No mundo onde vivo a ternura é uma coisa quase inexistente, reduzida ao seu esqueleto racional. Temos algum medo que ela nos corroa a carne e nos chague como as borbulhas de uma epidemia. Descarnamo-la e damos-lhe tantas voltas, e tão subtis, quantas dá a madeixa do cabelo na cabeça de um careca para lhe encobrir a calvície. Os freudianismos, e mais todos os 'ismos' possíveis, levam-nos a estabelecer meticulosas regras de 'protecção'. Por isso, no meu mundo, a falta de ternura é considerada um 'mal menor'".

Jorge Cabral dos Santos in Encontrei o Principezinho, Carta a Saint-Exupéry