o casamento!

aquilo ficava onde Judas perdeu as botas. lá para os lados de Palmela, mas as indicações eram escassas.
parámos e perguntámos a um senhor da terra onde ficava a conservatória do registo civil. apesar da sua meia dúzia de dentes, conseguimos perceber o que nos disse ("controlem o edifício e virem à esquerda"... não seria melhor contornarmos?). ainda o homem não tinha acabado de explicar, já o pé carregava no acelerador e ala que se faz tarde (ainda a miúda casa sem nós)!

bom, mais uma voltinha, mais uma viagem. Palmela é um sítio bonito para se visitar, é!, mas não quando se está atrasado meia-hora para um casamento - é chique a noiva atrasar-se, não os penetras, que nem convidados foram.
a seguir (e porque as informações do desdentado não eram bem como ele as pintou), toca de abordar uma velhinha que estava em ameno convívio com as vizinhas.
xaile nas costas, apoia-se no carro e começa a dissertar: "está a ver os bombeiros? tem que virar e passar a escola. onde era o antigo hospital, sabe? mas tem que passar a escola. porque aqui são os bombeiros, mas é preciso virar. depois aparece a escola. então é depois do hospital. mas não se esqueça, a escola. e os bombeiros. mas a escola é que é importante"!!
oh senhora, tire mas é daí a mão (do tejadilho!) que nós temos que nos pirar! ai as horas!

next! até temos medo de perguntar, mas não há alternativa: "a senhora não se importa...?" finalmente alguém nos deu a indicação correcta, mas a porta do registo era tão pequena e tão escondida, que foi difícil lá chegar. era tudo a ajudar!

afinal ainda íamos a tempo! a noiva maravilhada com a surpresa. mais uma cambada para assistir ao enforca...perdão, casamento!

***
despachada a conversa legal da sra. conservadora (irra, que não se calava. e ainda conhecia o primo que era casado com a cunhada do carteiro, que se divorciou da sobrinha do noivo), a hora das fotografias. à falta de um profissional, a mana velha da noiva assume o papel. fotografias assim, assado, ao espelho, em cima da cama, com noivo ao colo, etc e tal.

e agora, o ramo! fui eu que o apanhei!! :)
ora para a maior parte da população feminina de todo o planeta, isto seria um bom sinal. a mim só me causou uma valente dor-de-cabeça:
1. rosas vermelhas, que eu não gosto.
2. uma das tias que se desviou de propósito para não apanhar o ramo, disse que já leva 5 na conta e continua solteira aos 40 e poucos anos.
3. a tia recém-casada a quem o ramo pertencia... só desencalhou... aos 46 anos!!

mas como diria a Maya nas previsões para 2005, parece que o meu signo "será muito feliz nos amores", sendo que "a conjuntura é de afectos sólidos e cúmplices" e "a vida afectiva vai ser a grande mais valia".

já dizia a outra "não negue à partida uma ciência que desconhece"! e eu, confesso, por um ou outro motivo, aprendi a respeitar as previsões da Maya...