quarta-feira, maio 04, 2005

notícia?

foi hoje notícia o caso da menina de 5 anos que foi encontrada morta no rio Douro. parece que era vítima de maus tratos e que foi o pai, ajudado pela avó, que a matou.

na RTP1, Jornal da Tarde, foi notícia de abertura. passaram a peça. tinha um vivo com declarações da educadora de infância da menina: "não percebo, ela parecia tão feliz. nunca suspeitei que fosse vítima de maus tratos. e era uma menina tão linda, loirinha de olhos azuis. como é que lhe foi acontecer uma coisa destas"?

em seguida um directo à porta de um tribunal no Porto. não se passava absolutamente nada. apenas um bando de jornalistas à espera de saber quais as medidas tomadas pelo juíz, depois de ouvir os suspeitos. o jornalista entrevista uma anónima que estava no local.

J: o que pensa deste caso?
A: sou avó de 3 netos e não percebo como é que se pode fazer isto. por muito má que a criança seja, isto não se faz!
J: e porque é que está aqui?
A: porque quero que o juíz prenda esta avó! e se não prender, quando ela sair, estamos aqui todas [umas dezenas de pessoas] para l'e bater. que ela merece uma valente tareia e ser atirada ao chão! se queria matar a criança não era assim!!

depois aparece em estúdio uma representante de uma associação que acompanha famílias de risco em bairros carenciados.
R: nós temos conhecimento destes casos, mas não podemos seguir todos.
J: mas não é função das associações detectarem casos destes?
R: sim, mas as vítimas é que têm que vir ter connosco.
(...)
R: nesta situação, nem acredito que eles desejassem a morte da menina naquele momento.

[sou estudante de jornalismo. tentei ser imparcial e objectiva na apresentação destes factos. repararam que não fiz comentários à margem? (in)felizmente tenho uma (forte) veia humana que ainda me permite a indignação!! se não fosse tão triste, até dava vontade de rir!]

1 Comments:

At 11:36 da tarde, Blogger K. said...

Por haver coisas tão más, que desanimam e dão um nó de angústia no peito, é que devemos buscar e criar coisas bonitas que tornem possível encarar outro ser humano com o mínimo de dignidade.

 

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