segunda-feira, agosto 23, 2004

se contabilizarmos o número de pensamentos que temos ao longo de um dia, dificilmente nos recordaremos de todos. quantas pessoas passam pela nossa cabeça, quantos locais visitamos sem sairmos do mesmo sítio, quantas horas tem o relógio que nos acompanha nessas viagens?paramos aqui e ali, sem demorarmos muito tempo em lugar nenhum...levamos atado à memória o fio da recordação, que nos transporta para aquele acontecimento marcante ou para o sonho do que fica por vir. há pouco, em conversa com um amigo, abandonei por momentos aquele espaço e deixei voar para longe as palavras que ele dizia.
"há dias estava a falar sobre ti com..."
vivemos uma existência estranha, afastada da realidade daqueles que nos dedicam tempo. amamo-los, respeitamo-los e sabemos o lugar que ocupamos nas suas vidas. mas não nos é evidente que 'percam tempo' a pensar em nós. é curioso imaginar todas as pessoas que conhecemos. e se suscitarmos em cada uma delas pelo menos uma imagem por dia? isso talvez signifique que somos importantes, que por uma ou outra razão nos envolvemos num emaranhado de histórias tão próprias, que não devemos afastar.

***
no fundo, ocupar um espaço é vivê-lo. é entrar num barco e aprender que cada elemento é essencial para que a viagem corra bem. é descobrir que cada segundo conta, que cada onda que atravessa o nosso mapa retribui - com maior ou menor intensidade - todo o empenho que lhe dedicamos.

p.s. e enquanto escrevia pensei em ti, e em ti...e em ti também :)

1 Comments:

At 8:49 da manhã, Blogger Mãe Minhoca said...

Hmm... nao tens o nariz grande... pois, quer dizer... hmmm, às vezes nao devemos ser completamente sinceros... bem... o que eu queria dizer é que, nao, claro que nao tens o nariz grande. Mas verruga, deves achar que já nao me lembro daquela aberracao que tens na nalga esquerda!! Sim!! Verrugosa!! ehehehehheh!
Mais uma vez, gostei deste teu novo post, em que falas de algo que se passa com toda a gente e comigo também. Acho que a arte de deixar os nossos pensamentos flutuarem consiste em flutuarmos com eles sem nunca deixarmos que a pessoa que está a palrar se aperceba que estamos 'longe'. Infelizmente tive que desenvolver essa arte mais do que gostaria porque fui apanhando com cada melga nos últimos anos, melgas das quais era difícil livrar-me e entao decidi render-me à conversa da seca, ligar o piloto automático e flutuar... ehehehe!
Entao, e o nosso livro?

 

Enviar um comentário

<< Home