cada minuto que passava era uma esperança. mas podia ser também o último. a fome, a sede, o calor...o medo, o terror.
centenas de pessoas viam a vida escapar por entre os dedos. num dia normal, seguiam o seu caminho, retomavam a rotina que o mês de setembro sempre devolve...e acabaram com lágrimas, com receios e, muitas, sem vida.
subitamente, o mundo já não existe. deixou de ser o refúgio que lhes é destinado e agora só têm aquele canto, onde as pessoas se amontoam.
tudo o que vêem são armas. e respiram ódio, muito ódio naquelas mentes perversas e sujas, que os prendem num acto de loucura. a inocência também os abandonou. descobriram o que é viver no pânico e as imagens não cessam, ficam para sempre gravadas num (in)consciente que não deixa espaço para o sonho...somente o medo. e as feridas, tantas, abertas e sangrentas. de novo o medo e a angústia e a tristeza e a raiva e um turbilhão de emoções que não conheço, que não
imagino. e, no fim, a morte.
e para sempre a imagem de um soldado que chora, abraçando uma criança morta que não deixou de ser um anjo...e que, cedo demais, abriu as asas para nos abandonar.
Blog do Bafiento Jacinto Coito
Gazeta dos Triunfos e Fracassos do Agente Jacinto Coito e Companhia
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