segunda-feira, janeiro 26, 2004

às vezes penso que a vida é injusta, outras vezes quero acreditar que só nos está a avisar: que não importa quem somos, onde estamos ou o que fazemos...há sempre um momento, que desconhecemos, em que tudo acaba...é quando nos arrependemos de não ter feito tantas coisas, de não ter ido a tantos lugares, de não ter aproveitado tudo o que a vida nos deu, de não ter dito a todas as pessoas que gostamos delas, vezes sem conta...e, afinal, nunca é demais!
Fehér, ficarás para sempre nas nossas memórias...até sempre!
Joana

sábado, janeiro 24, 2004

bem, esta história do ginásio, de fazer uns exercícios, queimar umas calorias e sair com o espírito mais leve (e não só...) tem dado resultado. pelo menos para mim.
estava Roseta na sua caminhada interminável pela passadeira (o prof. hoje enganou-se e, em vez de 15 minutos, deixou-me andar uns 30! não fosse eu reclamar e ainda lá estaria a correr sem rumo em frente ao espelho), quando o sr. ao seu lado (serei eu a atrair estes cromos?!) caiu! a toalhita escorregou-lhe das mãos e ele, coitadito, ao querer apanhá-la...puuuf, estatelou-se! que é como quem diz, foi quase engolido pela passadeira! primeiro uma perna, depois a outra (que aquilo mais parecia uma esparregata) e lá vai ele a rolar por ali fora até ao destino final: o chão! agora tem muita piada imaginá-lo...mas na altura não ganhámos para o susto!
o garanhom do sábado lá estava também, com o seu ar babão, com aqueles grunhidos que, penso eu, só quem convive com ele há muito é que entende...e, claro, com a tanguinha da moda :)

a vidinha não anda muito agitada, os exames estão aí e só mesmo fechadinha em casa é que se está bem. ainda os trabalhos para entregar (no meu caso, preguiçosa que só eu, ainda por fazer) e nada de emocionante há a registar nos dias de Roseta. e posso afirmar com (quase) absoluta certeza que na vida do nosso agente JC também não.
dizia ele que um agente's gotta do o que um agente's gotta do. e, como todos tão bem sabemos, os bófias, perdão, agentes também progridem na carreira. venham os exames, que temos os cacetetes prontos para os enfrentar!

ah, diz-se por aí que Fátima Felgueiras pode exercer o seu cargo de presidente da junta de Felgueiras, direito que lhe foi reconhecido pelo Tribunal Constitucional...já autorizam "desgovernos" via telefone?

domingo, janeiro 18, 2004

ele há coisas estranhas a acontecer. saí ontem de casa, toda catita, com umas amigas e lá fomos a um barzinho em Gouveia, perto de Sintra. parecia uma casinha de bonecas, com as mesinhas de madeira e bancos corridos.
especialidade da casa: chocolate quente com natas e canela! e uma fatia de bolinho de mousse de chocolate...delicioso! música ao vivo, espanhola, comunista (onde é que me foram meter?)...o ambiente muito agradável. só espero pela próxima visita brevemente.
qual não é o meu espanto, quando me dizem que a dona do barzito é...uma bruxa! não daquelas que aparecem nos contos de fadas, com um grande chapéu preto bicudo, com uma verruga no nariz enorme, que fazem maldades às criancinhas e princesas. nada disso! era uma bruxa Wicca, toda modernaça, cabelinho vermelho e roupa à maneira...uma bruxinha encantadora.
na hora de regressar, a vilazita deserta, com o céu limpo e estrelado por cima das nossas cabecitas...a viagem não é curta. o ambiente propicia uma conversa bizarra, tendo a conta a hora e a situação: casas assombradas, mails com fotos onde aparecem sombras, barulhos estranhos, ...
um arrepio percorre-me a espinha. a conversa toma outros rumos, mas o essencial fica a pairar na mente.
chego a casa, acendo todas as luzes (às quase 3 horas da manhã talvez não seja boa ideia) e preparo-me para o soninho. quase a dormir, ouço um som estranho, pensei que o telemóvel teria caído ao chão. recomposta do susto, nem me dei ao trabalho de o apanhar. de manhã, olhei para a mesinha de cabeceira...tudo no lugar, livros, telemóvel, despertador...
imaginação ou coincidência...?

sábado, janeiro 17, 2004

Para começo deste post, fica o recadinho ao criador deste blog maravilhoso: sr. JC (não é o Cristo, é o outro...o Jacinto Coito), parece-lhe bem conceber blog tão inspirador e merecedor de atenção e NUNCA escrever nele? Já imaginou se os seus pais o tivessem abandonado à nascença? A esta hora seria, muito provavelmente, mais um sem-abrigo alcoólico, metido nas drogas e a ver se arranja uns trocos a arrumar carros. Quer transformar o nosso querido blog (cutchi cutchi) numa página sem alento, perdida na vida, cheia de recalcamentos e a pensar no suicídio...? Não quer, pois não? Além disso, é preciso impôr aqui alguma autoridade, que a Roseta Maria anda louca: quando começa a escrever, fica possuída e nunca mais pára! Reveja bem a sua atitude e, se lhe falei ao coração, dê mimos ao seu blog, que bem precisa! :)

Agora, a historinha de hoje.
Local: ginásio.
Hora: 11h e tal da matina.
Ora está uma miúda ali nos seus exercícios, a pedalar um bocadito e a olhar a paisagem em volta (que ainda se vislumbra um ou outro jeitoso), quando de repente...!! Entra por ali um morcão, em tudo semelhante ao nosso Emplastro e vá de começar a fazer o seu exercício. Ora ele não era bem bem igual: tinha músculos que nunca mais acabavam, um ténue fio de barba que vinha de uma orelha à outra, contornava ali a zona do queixo e passava ainda acima da linha da boca, no que seria possivelmente um potencial bigodinho. Era um bocadinho calvo também. E, reparem, usava um calção a que eu me atreveria a dar o nome de tanga! Sem aqueles padrões de leopardo, mas uma tanga!
Olhou em volta, mirou as miúdas todas com ar babão (falta de sexo é lixada, heim amigo?) e lá se decidiu a começar a trabalhar o corpinho (blugh!). Começou mal, ia atirando com um aparelho ao ar e ainda se ria. Notei pelo tom de voz que o professor lhe dirigiu que já era conhecido por aquelas bandas e, segundo percebi, deve-lhe faltar um parafusito ou dois na tola...coisa pouca, pois então! O garanhom quis exibir então os seus dotes físicos de outra forma: veio para a passadeira junto à minha e começou a correr. Quem se mete nestas coisas, devia saber que o esforço tem de ser gradual, não se entra a matar. Primeiro anda e só depois aumenta a velocidade até chegar à corridinha. Começou a fazer barulhos estranhos (nesta altura, comecei eu a temer pela minha integridade física, com um cromo daqueles ali tão perto), de cansaço suponho eu. Deitava já os bofes pela boca (e, provavelmente, por outros sítios que não vale a pena especificar), escorria água por tudo o que era poro...Quando, finalmente, o professor se apercebeu e veio a correr explicar que não é assim que se treina! Resposta dele: Eu já estava a ficar assim um bocadinho cansado! Um bocadinho!! O homem quase se matava e diz que estava um bocadinho cansado?! Duh, assim não hás-de engatar muitas miúdas!
No meio de tanto grunhido, decidi vir embora, não fossem as coisas complicar-se. Assim como assim, o meu treino também tinha acabado...

Já sabem, desconfiem sempre de alguém com uma carinha de anjo como a do nosso amigo Emplastro! E, mais ainda, nunca confiem num garanhom de tanga! (ui, que até me deram os calores!)

sexta-feira, janeiro 09, 2004

depois surge o convite...passar o fim-de-semana no Porto, a cidade de todos os encantos. irrecusável! :)
sexta-feira, o regresso: deixamos muita saudadinha naqueles corações (olá se deixamos!)...que eu bem vi a Cocas com a lagrimita no canto do olho, o tio Dri com a voz embargada pela comoção, e a Bi e o Zequinha que nem quiseram estar presentes, porque a despedida é sempre um momento doloroso ;)

no sábado, o Nemo espera-nos. e o Fábio também. sem o saco do treino, como convém (por nós está descansado, ninguém há-de saber). ganhámos mais umas horitas juntos! :) um almocito nutritivo no "nhacnhonald's", um balde de pipocas (e a Pipas resiste à tentadora coca-cola, és grande miúda!) e a versão original (muito aquém da nossa singela tradução portuguesa) do nosso amiguito Nemo (ou Bingo, ou Chico, ou Fabio ou lá como ele se chama). a peixinha Dori sempre adorável, os tubarões matreiros ("fish are friends, not food"), a Darla-Sorriso-Metálico (cala-te Roseta, que já sofreste o mesmo) e muita animação.
ah, e as fotos tiradas com o telemóvel a meio da sessão e as risadas antecipadas, de quem via o filme pela 2ª vez.

a seguir, um crepe enorme, bem docinho, cheio de gelado e chocolate. o chocolate, sempre o chocolate. branco não, que não havia! ;) mais meia dúzia de fotos ("agora apanhaste-me a comer, malandrinho") e uma sessãozita a seguir. a segunda, pois.
filmes a evitar para o resto da vida: todos aqueles cujo título seja somente o nome de uma miúda e de um jovem, como "Kate and Leopold" ou "Alex and Emma".
resultado: a Pipas com mais um balde de pipocas só para ela (mas resiste à coca-cola miúda, tu consegues!), o Fábio a dormir no meu ombro (ou a mandar calar as velhotas que estavam à nossa frente e insistiam em dar risadinhas parvas num filme que de comédia não tinha muito...romântica então, ui, muito menos!)...e eu a rogar pragas por ter dito "eh, podemos ver esse, os actores até são porreiros"! (não havia ninguém que nesta altura me desse um estalo?)

o momento mais esperado da tarde: o fim de "Alex and Emma"! :) ainda houve tempo para uma visita à relojoaria, onde uma Barbie na montra nos sorri. lá do meio da sua roupinha minúscula, houve alguém que entendeu por bem fotografar-lhe a cuequita.

e custa sempre tanto ter de dizer adeus...os encantos da "nossa" cidade residem em vós. miúdos, vamos ver o Nemo pela 3ª vez? ;) *luv ya both*

antes que a confusão do mês de Janeiro comece (exames, trabalhos, horas de sono perdidas), é preciso aproveitar cada momento que o ano velhinho nos oferece. parece que se despede de nós, dizendo: "bem, apesar das dificuldades, trago-te sempre estes diazinhos finais, em que esqueces a crise na economia, os casos de pedofilia e as greves da Carris e te divertes e passas tempo com quem mais gostas".
com a família presente, nada do que menos agradável se passou (e do que virá pela frente) parece ter expressão. congelamos os desgostos, as decepções, as tristezas e abrimos os braços ao novo ano que, tão amavelmente (queremos crer), nos espera!

em Lamego, é da tradição, a casa da Cocas (ou Pensão Aninhas, como é conhecida por aquelas bandas) enche-se de gente. ou melhor, de Paivas (que é melhor distinguir esta espécie cheia de particularidades): pequenos e grandes (e médios, como eu), gordos e magros, sisudos e galhofeiros, pacíficos ou "embirrões" (raio de palavra havia ela de inventar), a verdade é que somos nós, estamos juntos e a festa começa! :)deixo aqui descritos momentos, fragmentos de tempo que não voltam, mas que marcaram. que se repetem indefinidamente todos os anos, sempre com sabor a pouco.

a confusão na cozinha, onde todos damos palpites, metemos a mão na massa, cheiramos os fritos de abóbora, fazemos os docinhos da época e rimos. mas rimos muito, como se não houvesse mais mundo, como se o espaço fosse só nosso e o tempo parasse para nós.
o bolo de aniversário atrasado, decorado a rigor e com o ingrediente essencial: o carinho. e o olhar emocionado da Zeza, que estava longe de pensar que o bolinho que ajudou a tirar da forma (outras tantas gargalhadas pela teimosia do dito) lhe era inteiramente dedicado.
as conversas até tarde com a Bilocas, os segredos de adolescentes que partilhamos às 2 horas da manhã (sim, os bocejos do dia seguinte tinham uma origem, Cocas)...e os conselhos, os sorrisos, as palavras de compreensão. porque o nosso mundo, o mundo onde a imaginação mais jovem habita, é ainda tão complicado...e vamos sentir saudades.
os passeios de carro, sujeitos a manobras perigosas, a buzinadelas enervadas de condutores impacientes (ninguém me convence que aqueles óculos fundo de garrafa e aquele ar de atrasado mental o iam levar longe...mas, sim, é verdade, escusava de ter roçado o carro do senhor), os avisos sobre o travão de mão, as subidas e estacionamentos complicados.
os almoços e jantares, tarefas divididas e sempre tão alegremente concretizadas por todos (se bem que em alguns casos...).
as matinés sempre animadas, recheadas de bombons, interrupções a meio dos filmes ("importam-se de estar calados?"), comentários estonteantes que nos desviam a atenção...mas no final, ele não morreu e viveram felizes para sempre!
o café na Serra e a tarde passada às voltinhas com a Joãozeca, a fotografar esculturas, estátuas, camiões do Pingo Doce, a comer chocolates e a ver o primo Diogo a encher a pancita de Cerelac e a gozar connosco.
os telemóveis cheios de fotografias malucas, tresloucadas, dementes, mas que marcam para a posteridade aqueles segundos só nossos.
a cabeleira do Nuno, que tanta risota causou, ao passar por 1001 cabeças ("Maria Adalgiza!!").
o arroz de feijão do Mezio...e o dia cinzento, que depressa convertemos num dia colorido.
a ida a Lobrigos, rever os primos, os tios...e comer o bolo de chocolate que só a tia Adelaide sabe fazer.
a história da tia que foi pintar o cabelo e acabou no hospital, a soro (pensava a nossa Pipas que aquilo ia dar para o torto, que eram precisas duas macas - uma para a tia, outra para os seus peitos avantajados - e os hospitais andam em crise).
o Zequinha que, ao colocar os meus óculos, me pergunta se tenho sinusite nos olhos.
as idas às compras (a prenda do tio, a frutinha que falta, ai que lá me esquecia do cacete para as rabanadas).
a má língua na cozinha, enquanto se faz a sopinha e se descasca no chefe e na colega Helena.
ah, e claro, a maravilhosa e milagrosa máquina de massajar varizes!

e entre tantos e tantos outros momentos, a contagem decrescente para 2004, onde entrámos juntos (com passas, champanhe, nota na mão e em cima de uma cadeira)...para assim permanecermos. e poderia eu relembrar tantas outras coisas, mas quem lá esteve sabe do que falo...e sente a mesma saudade.

num local onde o tempo não passa, onde os dias são calmos, porque não temos que correr (atrasos para as aulas, para o emprego, para apanhar os transportes, para apanhar a padaria aberta, para o homem do talho não vender as iscas que encomendei, para isto e para aquilo). porque podemos falar, guardar uns minutos para partilhar o que vivemos. porque talvez a vontade de estarmos juntos seja maior que tudo o resto...