domingo, outubro 31, 2004


já no finzinho do dia, mas ainda conta... :) Posted by Hello

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"a minha mãe e eu sentíamos exactamente a mesma coisa quando nos olhávamos a ser mãe e filho. e eu, como se descobrisse, senti toda a força infinita do amor que nunca muda, do amor que permanece igual depois de anos e anos. a minha mãe fraca e bela, linda. a minha querida mãe que me pegava ao colo e que, naquele dia, já eu era homem, já fazia a barba, e achava por isso que era homem, já me apaixonava e padecia por mulheres, e achava por isso que era homem; a minha querida mãe, naquele dia, pousou a mão sobre a minha mão, e eu olhei os seus olhos lindos e castanhos, doces e tão belos de menina, e soube tão profundamente que o nosso amor era mais imutável do que as rochas, do que a montanha, do que o céu todos os dias, todos os dias, todos os dias até ao fim do último fim depois do fim da eternidade."

José Luís Peixoto in Uma Casa na Escuridão

Daniel, para ti, hoje, este excerto tão bonito de um autor que admiras. não faria sentido em qualquer outro dia, pois não? :) PaRaBéNs!! :)
e no sábado já sabes...há festa!
um *xinhu* grande de bolo de ananás e chantilly

sábado, outubro 30, 2004


porque hoje é o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, esta flor é para todas as mulheres a quem a vida fez lutar. Posted by Hello

sexta-feira, outubro 29, 2004

quando uma pessoa pensa que já viu tudo - na tv ou numa qualquer zona estranha de Lisboa - eis que acontece o inesperado! íamos nós, contentes da vida, 4 moçoilas muito jeitosas pela baixa, a fazer entrevistas para mais uma reportagem. o tema tinha a ver com as profissões tradicionais e mais características da cidade. cada pessoa, uma personagem:

- o cauteleiro mal encarado que dizia que "isto no tempo do Guterres já era mau, depois veio o outro (vulgo Durão Barroso) e a crise piorou. e agora temos aí esse chulo que só quer é dinheiro para ir às meninas"! sem comentários.

- a seguir, o engraxador de sapatos, que lia descansadamente o jornal e que se recusou a dispensar 5 minutinhos do seu tempo para umas perguntinhas. há-de ter muitos clientes assim!

- a velhota de Braga, vendedora de castanhas, que aos tugas vende a €1,50 e aos 'camónes' a €2. ficámos sem perceber quem era mais gamado lol. muito simpática, contou-nos a vidinha, deu-nos as informações que precisávamos...só faltou a castanhinha para aquecer o estômago.

- o outro engraxador, desta feita um velhote amoroso, que nos concedeu um bocadinho à chuva para responder às nossas questões. foi eleito como o velhote com os olhos mais bonitos da praça da figueira!

- de seguida, a florista. meia dúzia de perguntas e a fotografia da praxe, onde fez questão de entrar a cliente de anos, uma velhota minhota, que saltava de felicidade, pensando que éramos de um jornal e que ia arranjar noivo depois da foto publicada. mais, prometeu, para a próxima, levar o fatinho do rancho folclórico e dançar para a posteridade.

- o sapateiro no vão de escada, que comia as palavras. e nós tentávamos gravar alguma coisa do seu discurso, enquanto ele martelava o salto de uma bota mesmo em cima do microfone!

- a lojinha dos perfumes, antiga, onde fomos recebidas por uma velha carrancuda. olhou-nos de alto a baixo (qual raio-x) e, depois de explicarmos o que estávamos ali a fazer, respondeu-nos apenas "não quero responder ao vosso inquérito"! ora, minha senhora, pensava que isto ficava
assim? pois então, tomem nota: rua da prata, nº 173 - NÃO comprar nada aqui!!

- por fim, a loja dos carimbos onde nem sequer pensávamos entrar, mas onde fomos muito bem recebidas. e ainda trouxemos imensa informação para a reportagem.

a todos os que colaboraram, o nosso muito OBRIGADA! :)

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andávamos nós nestas lides académicas, quando a chuvinha aparece. dividimo-nos pelos dois guarda-chuvas que trazíamos e lá vamos, rua augusta abaixo. eu e a Bravo ouvimos a Joaninha e a Raq desatarem à gargalhada. oh jovens, que se passa?
vemos então, quase colado a elas, o motivo de tanta risota: um cavalheiro muito bem apessoado (descobrimos depois que era só de aspecto), fatinho e coisa e tal...
dizia a Joaninha "isso já nem com o macaco hidráulico levanta"! (repito eu horas mais tarde a recordar a cena: "isso já nem com o martelo pneumático levanta" LOL não acerto com as ferramentas!)
a Raquel logo atrás: "pensava que no lar os velhos já não pensavam nisso"!
e a Bravo ria que nem uma perdida, com o homem a puxar da gosma e do catarro, entrecalando com meia dúzia de urros, como se aquilo fosse a coisa mais sexy do mundo!! e lá continuava, rua abaixo, a acompanhar as donzelas, mandando para o ar o seu impropério, que estamos até agora para saber qual era.
oh homem, enxergue-se! é areia demais para o seu camiãozinho. quatro miúdas todas giraças (perdoem-me a modéstia...hihi) e cheias de energia para gastar. havia de ser com um velho metido a rebarbado!! como diria alguém que eu conheço, "se lhe deram uma pilinha, vá para casa brincar com ela"!!

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ai, o que não fazemos pelos amigos... :) depois desta tarde aventureira, fui a alvalade (shame on me!!) comprar uma prendinha de aniversário. sozinha é que não, a Bravo fez o favor e a Joaninha teve o prazer de me acompanhar.
se a minha amiga Catarina descobre (xiuuu, não lhe digam) vai achar que sou uma traidora. mas não, é tudo para ver um sorriso tolo na cara de um amigo. isso perdoa tudo, não é Catita? O:)
posso adiantar que a minha 'ex-amiga' Joaninha (lol), não achando já penoso este sacrifício de ir ao alvaláxia, ainda fez questão de me mostrar o estádio! feio...tão feio como parece na televisão! e pequenino, cheio de cores, qual castelinho de legos. quem está (bem) habituado à catedral vermelha, fica muito desiludido.
e o relvado ali muito apertadinho entre as bancadas...dizem que os jogadores precisam de sentir o calor humano da massa associativa...pois sim. só se for para lhes arrearem umas boas palmadas pelos maus resultados!
depois, o cinemita ali tão perto, o cheirinho a pipocas...e pronto, a lagartagem até nisso é má! só deixam comprar pipocas a quem vai ao cinema. se calhar até nem foi mau, não apanhei nenhuma indigestão. comprei a pipoquinha no metro, quentinha, bem boa...e baratinha. :)

quinta-feira, outubro 28, 2004


mesmo na Alemanha, a prima Carla adivinhou o meu aspecto hoje. entre alguns impropérios contra a gripe e outras tantas asneirolas contra a frequência de sociologia que se aproxima, cá estou eu, toda catita (ai de quem se atreva a dizer o contrário!!)...a bela da pantufa e o leitinho com mel e limão para ajudar a recuperar a voz maviosa que me caracteriza lol.
valha-nos a boa disposição! :) Posted by Hello

quarta-feira, outubro 27, 2004


hoje estou assim, escondida. a espreitar o mundo. a ouvir passar. a ver as cores. a sentir os cheiros. a saltar de conversa em conversa e a sentir-me perdida...

terça-feira, outubro 26, 2004


a alma espelha-se aqui...e eu ali, tão longe de tudo. depois do silêncio, as palavras de circunstância que esmorecem. antes do fim, um ritmo lento e descompassado que atormenta. e o sentido que fazem os sonhos dentro de mim...

segunda-feira, outubro 25, 2004

não sei por que motivo, mas as más notícias não têm um efeito imediato sobre mim. acho que preciso de tempo - podem ser horas ou dias - para pensar e tomar consciência delas. é por isso que estou triste. agora.
não é fácil quando morre alguém que, não nos sendo demasiado próximo, fez parte da nossa vida e guardamos dele memórias ternas e alegres.

sempre um sorriso, uma anedota para contar e as inúmeras e repetidas histórias que mantinha vivas para não deixar o espírito envelhecer. é essa a imagem que quero guardar e são esses momentos que cristalizei.

o mais difícil é ver espelhada no olhar a saudade. é beijar o rosto molhado, que é solidão e tristeza sem fim. é precisar de uma palavra certa para consolar e não a ter. é dar o ombro e, ainda assim, saber que está tão longe de ser suficiente.
nas paredes, nos móveis, ficam os retratos. nas gavetas fundas, as palavras que percorreram linhas infindáveis em cartas que testemunham a existência. e no coração...no coração fica gravado um pouco do que foi, o muito que vos (nos) deu e que não esquecem(os).
ao tio João, eterna saudade. até sempre*

domingo, outubro 24, 2004


porque há dias tristes, em que só apetece estar num cantinho assim...

este blog tem quase um ano e o nome ainda suscita curiosidade. ontem, em conversa com uma prima que vejo "quando o rei faz anos", descobri que ainda há muito boa gente enganada a respeito do "Jacinto Coito".
ao contrário do boato que corre por aí, as "meninas de Lisboa" não são umas desavergonhadas e "sabidas". por mim falo. daí o nome não ter malícia alguma.
dizia a minha tia-que-não-posso-dizer-o-nome-para-manter-a-integridade-física-da-prima-mas-que-posso-adiantar-faz-uns-petiscos-de-comer-e-chorar-por-mais que Jacinto Coito era um nome armadilhado, cheio de segundas intenções.
a titia espreita o blog de vez em quando e achou que se lesse em brasileiro, teria a explicação para o nome tão invulgar. estranhei. li para mim e não me soou a nada. aliás, soou ao mesmo que em português. como estava longe de perceber, li em voz alta: "Já-sinto-Coito" LOL. caiu a ficha! :)
como se vê, a malícia está na cabeça dos mais velhos...oh tia, que mente perversa! os primos que saibam :)

***
com esta conversa toda, conto-vos agora de onde surgiu. há precisamente um ano, estava eu com o Helder (amigo do peito) sentadinha na repartição académica, nas filas intermináveis para obter uma assinatura qualquer ou anular alguma cadeira...quando entra um agente da PSP.
bigodinho à portuguesa, retorcido para fora, óculos fundo de garrafa (não posso jurar que os tinha, mas compõe mais o retrato) e o cacetete pendurado no cinto das calças. e ao peito a plaquinha com o nome: Jacinto Coito! :)
o agente Coito, imaginámos nós logo em seguida, não devia inspirar muita autoridade. querem lá ver nome mais ridículo? e assim surgiu a ideia de um blog. ou melhor, o blog já estava na mira, faltava-lhe apenas o mais importante: o nome. obrigada sr. agente :)

sexta-feira, outubro 22, 2004


(foto by Daniel)

há dias como este, em que o sol nos sorri, olhamos as nuvens de cima e apetece cantar uma musiquinha cheia de "boa onda" :)

"It's not always rainbows and butterflies
It's compromise that moves us along
My heart is full and my door's always open
You can come anytime you want

I don't mind spending everyday
Out on your corner in the pouring rain
Look for the girl with the broken smile
Ask her if she wants to stay awhile
And she will be loved"

(Maroon5, she will be loved)

quinta-feira, outubro 21, 2004


um momento, um sítio especial...

quarta-feira, outubro 20, 2004


"The Village"

"the year's most touching and satisfying love story"
"insightful, intelligent and creepy"
"the creator of 'the sixth sense' has done it again!"

(críticas ao filme "the village", que figuram no site oficial)

depois de ter visto umas quantas vezes a apresentação, decidi que não me apetecia ver o filme. parecia-me mais uma daquelas historietas de terror, que não assustam, não agarram à cadeira e a única coisa que despertam é o riso fácil, pela previsibilidade.
ouvi uns quantos amigos dizerem que tinham gostado. não costumo seguir estes conselhos. mas foram tão persuasivos, que não resisti: "vai e descobres que não é nada do que pensas...de repente a história muda e tem um final surpreendente". vamos lá então...

não sei se as considerações que posso fazer agora serão as mais correctas. isto porque é muito difícil - como, de resto, em todos os filmes de Shyamalan - ter uma percepção imediata do que a história nos transmite.
lembro-me que o "sexto sentido" e o "signs" provocaram em mim emoções muito diferentes (o primeiro adorei, o segundo detestei). mas fazem-nos sempre pensar. e isso é bom. uma memória, uma identificação, até revolta. acho que senti tudo isto e mais que não ouso dizer. talvez não saiba.
um bicho papão, um mistério sombrio, um argumento inteligente, uma história de amor. vale tudo menos ser um espectador passivo. até porque a inocência e a força de Ivy (brilhante a actriz Bryce Dallas Howard) não deixam, incomodam...

"never enter the woods, that is where they wait"...

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não queria deixar passar este espacinho, sem dar os PARABÉNS a alguém muito especial...Ricardo. acho que te disse tudo. mas se por um acaso escapou alguma palavra, tu descobres em cada olhar.
obrigada por teres mudado a minha vida e por continuares aí. este lugar é teu :) ia dizer que te adoro, mas isso já sabes...*

terça-feira, outubro 19, 2004


a chuva lá fora...

os dias de chuva aborrecem-me um bocado. parece que andamos muito mais carregados - quando na verdade é só o guarda-chuva a mais e as calças encharcadas em baixo.
hoje saio de manhã, toda catita, numa bela chuvarada. a baínha das calças de ganga, entretanto, achou por bem não cooperar com este dia que já de si era magnífico. e desfez-se. eu, com uma carta encharcada numa mão para por no correio (a carta, não a mão) e o guarda-chuva na outra. e as calças completamente desfeitas a afundarem-se em tudo o que era poças de água, de lama...e talvez outras tantas porcarias que prefiro não referir (blugh!).
conclusão: entrei no ginásio e ouvi umas quantas bocas engraçadas, a que não me apeteceu responder, porque os meus paizinhos me ensinaram boas maneiras. e há alturas em que me lembro vagamente que elas existem, conto até 10...et voilà! :)

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há aulas muito chatas. mutação dos media é, provavelmente, a pior. e dada por um 'sapo' complica tudo.o professor entra hoje pela sala dentro com o mesmo ar alucinado de sempre: moribundo, os olhos fora das órbitas (um para Coina outro para o Porto, que a malta nunca sabe bem para onde é que ele está a olhar), a barba de 6 dias e meio, as perninhas minúsculas (à laia de marioneta) perdidas num tronco substancialmente composto. para completar o cenário, já de si caótico, o homem saca o lenço que traz ao pescoço e diz "não se impressionem". ora tal consideração tem a sua razão de ser: o sr. professor traz um corte que vai quase de uma orelha à outra, porque foi operado há uma semana! o penso ali pendurado dá-lhe um ar desleixado...e o corte arrepia. logo a mim, que nem para as minhas cicatrizes olho! e agora sou obrigada a conviver com este personagem, que nos impinge aquela bela vista, durante o tempo da aula.
era do conhecimento académico (pelo menos no centro da fofoquice de CC) que o xôr prof tinha um problema de saúde grave. também constava que era por causa do tabaco. então, ele supera-se, saca de uma caixa de cigarrilhas e diz-nos: "se o meu médico me visse agora matava-me...por isso não lhe contem nada" (e ri-se).
ora eu, que até sou uma miúda atenta, achei que nem valia a pena incomodar o xôr dr., visto que aqui o sapocas na minha frente se está a matar sozinho, não precisa de ajuda!!

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depois há aquelas aulas, como as de media interactivos, que são o paraíso. quer dizer, isto contando que também no paraíso havia uma melga chata com'ó caraças.
primeiro, entro na salinha dos computadores e quem é que tenho à minha frente, sempre alto, louro e lindo? ora bem, o príncipe dinamarquês! são as 3 melhores horas da semana ;) bilhetinho para cá, para lá (quais crianças na escola primária)..."o português dele pode não estar bom, mas olha que o resto... ;)".
eis senão quando...vem a voz do além que manipula a aula inteira com perguntas que não lembram ao diabo - cala-te mulher!! o grupinho da língua afiada (vulgo crew + Açoriano) já pensa na melhor estratégia para a calar:
1. fazer-lhe uma espera
2. partir-lhe a boca
3. dar-lhe um tiro...ou dois, que sempre é mais certo!
finalmente a aula chega ao fim, o príncipe dinamarquês está já ali com aquele sorriso que me derrete e o olhão azul a iluminar o corredor...bem, até loguinho, vou ali e já volto ;)

segunda-feira, outubro 18, 2004


before sunset...

é na simplicidade que se vêem as grandes obras. Before Sunset não é um filme ambicioso. duas pessoas. um reencontro após 9 anos. Paris. um passeio pela cidade. reviver memórias, trocar segredos, experimentar sentimentos guardados durante todo esse tempo...e conhecem-se novamente.
não é fácil, com tão pouco, despertar tanto. uma doçura imensa, expressa no olhar e no gesto. um amor perdido no tempo, oculto. e redescoberto num instante, num pormenor. a ternura sem lamechice. o encanto sem mágoa. a saudade sem desilusão.
e a eternidade ali tão perto.

domingo, outubro 17, 2004



"Não temos razão para ter medo das sombras. Apenas indicam que em algum lugar próximo brilha a luz."

by Ruth Renkel
gentilmente cedida pelo Daniel :)

se era o caos, passou-me ao lado. se calhar era aquela aragem que senti no pescoço, mas fiz de conta que não era nada comigo. para confusa já basta a vida, ainda tinha agora que ouvir aquelas tolices, não? era o que mais faltava!
então deixei que aquele caos, que não passava de meia dúzia de algaraviadas sem sentido, desaparecesse. até fingi não dar por ele. parece que acalmou. não sei porque é que as pessoas insistem em manter vivas situações do passado. mesmo quando lhes dizemos que não, que já passou, que estamos a tentar recompor partes incertas da nossa história. usam argumentos ridículos, tentam montar as peças de um puzzle antigo, que já não está completo - nunca esteve.
boa, agora segue em frente e faz como naquele filme magnífico, "eternal sunshine of the spotlesse mind"...age como se aqueles momentos nunca tivessem existido. mas deixa que os erros te ensinem alguma coisa, tenta não repeti-los. e, sobretudo, tenta abafar esse ruído de fundo. muda a frequência e escuta novas vozes, muda o canal e vê novas caras. e deixa que essas pessoas entrem na tua vida e te inquietem.

sexta-feira, outubro 15, 2004


perto do paraíso...

"(...) dizer que amamos mais A do que B não é comparar dois níveis de amor, quer dizer que B não é amado. Porque se amarmos alguém, não poderemos compará-lo. O amado é incomparável. Até mesmo no caso em que amamos ao mesmo tempo A e B, é-nos impossível compará-los, sob pena de deixarmos nesse instante de amar um dos dois."

Milan Kundera in A Imortalidade

quinta-feira, outubro 14, 2004


olhó Miguel ali escondido!! ;)

mais uma reportagem, mais uma corrida! hoje foi na agência LUSA.
a entrevista correu lindamente, mais uma vez os nossos futuros colegas (hihi) demonstraram que são muito prestáveis e simpáticos. temos tudo para fazer um excelente trabalho. :)

no entanto, o principal motivo de interesse era outro...chama-se Miguel, foi "gentil e delicado" (era assim Raq?) e recebeu-nos com um sorriso enorme à saída do elevador.
encaminhou-nos à sala do chefe e foi buscar a cadeirinha para eu me sentar. parece que houve por ali uma dorzita de cotovelo, visto que havia ali muita cachopa (2 ou 3) que adoraria sentar o rabinho na cadeira do...ai ai...Miguel. ;)
e lá estavam as meninas todas dengosas, babadas a vê-lo circular pelo gabinete (que tinha, aliás, uma janela enorme com uma vista linda sobre o Estádio da Luz). será que alguém reparou?discrição não é o nosso forte... :$
no final, acho que já ninguém se lembrava do trabalho que nos levou até lá. mais um adeusinho simpático para o caminho (novo suspiro) e fica a vontade de fazer mais trabalhos na LUSA... ;)

***
as 3 televisões andavam hoje na faculdade. mais filmagem, menos entrevista e ninguém percebia muito bem o que se passava. como é já um hábito haver cartazes enormes espalhados por todos os cantos, com poemas e afins, ninguém pára para ler.
37 metros de rolo e outras tantas palavras depois, percebi que há um jovem poeta apaixonado, que decidiu demonstrar o seu amor à musa que o inspira. quem ela é, só ele saberá dizer.
entre algumas gargalhadas aqui em casa e entre os amigos, surgiu a hipótese de este poeta ser um louco. um louco de amor, talvez. mas um louco.
uma declaração é uma coisa muito séria, caro amigo. isso já roça aquela fronteira da obsessão. 37 metros de letras gigantes?! e os 3 canais de televisão a filmar?!
ou queres publicidade - nunca se sabe se haverá por aí uma editora à espreita - ou a paixão é ardente e começa a incendiar a torre 'nova' e o portão da faculdade.
e o respeito pela privacidade da mocinha? ah pois é... se fosse a ela, punha-me a milhas.
essas declarações sonantes como antigamente se usava não são para a "geração à rasca". o que antes era romantismo, agora assusta.
aplica-te mas é nos estudos, que já tens idade para ter juizinho!

parece (disseram-me, mas ainda não tenho a certeza) que as raparigas de hoje em dia também já não gostam dessas mariquices. um miminho mais privado talvez... :)

quarta-feira, outubro 13, 2004

no ar :) Posted by Hello

TSF Posted by Hello

um blog com um novo visual colorido! não que o verde seja a cor favorita, mas é preciso agradar à lagartagem de vez em quando :) e já que à 5ª jornada estão ali no fundinho da tabela a roçar a linha d'água, porque não dar-lhes este gostinho? hihihi
o outono que aí vem a passos largos - lá se foram as nossas tardes de sol - e a rentrée (que no caso da malta da UNL já foi há um mês) também pediam uma renovação. e vá de forrar aqui as paredes do JC de verdinho!
agora enfeitem-no de comentários :)

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os trabalhos da faculdade são, regra geral, chatos comó caraças! a malta de CC da FCSH esperou ansiosamente pelo último ano para se mexer e fazer umas cadeiras práticas. tanto pedimos, que agora não há mãos a medir! trabalhos, reportagens, notícias, a composição de uma revistinha online, crónicas, perfis e outros tantos.

hoje lá começou a tomar forma a melhor reportagem que me podiam ter pedido: um dia na TSF. ora lá vem o bichinho da rádio! :)
a simpatia e a disponibilidade foram imediatas. os estúdios, a redacção, as secções, os profissionais. as fotografias a cada recanto para mais tarde recordar (e uma ou outra para a reportagem). as conversas off the record. as gargalhadas e o tom mais sério quando o assunto é trabalho. "no ar" e vamos embora que estamos a incomodar o "fórum das gajas". as VOZES!
e a promessa de escrever um artigo com paixão! como poucos que faremos.

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agora falta o projecto. primeiro, temos uma rádio que não emite para lado absolutamente nenhum. mentira, emite para a esplanada e para o bar...que são só os 2 locais mais (bem) frequentados da faculdade. :)
e coube aqui à menina elaborar um plano de ataque para os ouvidos daquela gente, que, diga-se de passagem, está sempre insatisfeita. se houver por aí sugestões para a nossa rádio, façam favor de as dar. a meio do mês a mesada está curta e não posso comprá-las, mas agradeço do fundo do coração.

terça-feira, outubro 12, 2004

primeiro, uma palavra às minhas meninas...
quem dera todos os momentos fossem como aquele jantar, em que estamos numa sintonia imensa. uma sintonia que nos passa despercebida, porque as situações de todos os dias não nos permitem admirar as pessoas como devemos. e como elas merecem.
quem dera houvesse sempre um instante em cada dia em que pudéssemos parar e perceber que são elas, as que estão sempre ao nosso lado, que preenchem os espaços em branco e nos devolvem a alegria. que são elas, vocês, que eu admiro e respeito. e que adoro! :)*

eu sei que não é unânime a escolha, mas achei que este excerto da Mafalda Veiga resume muito bem o que é a nossa união...

"esta é só uma noite para partilhar
qualquer coisa que ainda podemos guardar cá dentro
um lugar a salvo para onde correr
quando nada bate certo e se fica a céu aberto
sem saber o que fazer

esta é uma noite para comemorar
qualquer coisa que ainda podemos salvar do tempo
um lugar para nós, onde demorar
quando nada faz sentido e se fica mais perdido
e se anseia pelo abraço de um amigo"

***
agora, uma palavra à Lippi e à Mariana...
o que seria de nós se faltasse uma peça? apesar das diferenças (às vezes são grandes), conseguimos contorná-las da forma mais simples. e não me imagino sem esta viagem que é entrar nos vossos mundos e abrir-vos o meu. fazem-me falta...para falar e ouvir, para rir e ficar chateada (ainda a tatuagem lol), para sair e esquecer que há uma vida aqui em baixo, para passar das confusões e ter tempo para mim e para me divertir convosco. e quer queiramos quer não, vamos estar ligadas para sempre...pelo menos os nossos papis dizem que sim! :)*

***
por fim, Daniel...
não há pessoas com rótulos. há, sim, as pessoas que conhecemos e as que consideramos amigas. tu és a pessoa com quem gosto de falar. por tudo aquilo que és (e que não vou enumerar, tu sabes...). pela forma como sempre tens estado na minha vida. pela maneira de encarar o mundo e o resto (tudo o resto...), que é tão parecida comigo. pelo que escreves. pelo que transmites sem precisares das palavras, que consideras tão importantes, mas que são supérfluas no entendimento.
lembra-te de te manteres por perto nos próximos tempos. não afasto as pessoas de quem gosto :)*

a noite da crew :) Posted by Hello

terça-feira, outubro 05, 2004

é tão bom rever amigos. ou alguém que simplesmente passou por nós e foi importante, mesmo sem o saber.
acho que é bom perceber que não somos meros apontamentos caídos no esquecimento, naquela página virada de um livro ou de uma época que acabou. nem sempre mantemos o mesmo lugar, mas há uma marca que nos indica que estivemos lá.
passamos a vida a desarrumar as pessoas que nos entram pela janela dentro - algumas pela porta...pedem licença. ficamos é confusos e temos dificuldade em arranjar o sítio certo para as colocar.
acho que tem que haver um equilíbrio, de acordo com aquilo que nos dão. aquelas de quem esperamos mais, talvez recebam mais de nós. então têm um cantinho privilegiado. as outras, de quem já não esperamos quase nada - ou porque não nos oferecem ou porque o tempo se encarregou de mostrar que não vale a pena - ficam num outro plano, menos visível...

***
como se o silêncio pudesse apagar-te. e a luz pudesse ofuscar a tua presença. esconder a tua imagem e a tua voz e manter-te aí, a essa distância. bem longe dos meus sentidos.
quando quiseres, vem ter comigo. quero ver se esta indiferença que julgo sentir por ti é verdadeira. estes dias longe da tua realidade (e da minha) têm trazido um conforto tão estranho quanto subtil, acho que aquele lugar vazio junto ao meu já se tornou comum. tenho medo que, com a tua volta, as coisas voltem ao que eram e eu não resista. posso cair de novo naquela teia de coisas boas de sentir, mas tão irreais quanto essa ausência.
na minha cabeça, continuas aqui. nos momentos que tenho para pensar, dominas por completo essa nuvem de sonhos e construções sem sentido. não sei porque ainda te quero. mas quero...

***
CREW, vamos lá arrasar naquela festa :) o príncipe dinamarquês irá? até consigo imaginar aqueles olhos azuis a provocarem um arrepio na minha espinha, quando entrar no cavalo branco (ainda há quem acredite nesse mito...).
eu levo a sobremesa, mas têm que me prometer que a recompensa vai ser melhor ainda...alto e louro diz-vos alguma coisa? ;)

segunda-feira, outubro 04, 2004

como todos os filmes de animação, "o Gang dos Tubarões" entretém. segue um pouco a velha conversa 'mais do mesmo', a obsessão pela fama e pelo dinheiro, mas numa adaptação muito livre ao mundo dos peixes. tem, claro, a lição de moral e a história de amor. ou não fosse um filme aparentemente para crianças.
se conseguirmos aliar as vozes às figuras, então o cenário está completo: cada personagem tem um pouco do artista que lhe empresta a voz e isso nota-se. nas expressões, nos tiques, nos gestos, nos movimentos. é só imaginar um Will Smith, uma Angelina Jolie ou mesmo um Martin Scorsese em versão aquática e teremos 1h30 de gargalhadas.
uma especial atenção ao jantar dos tubarões...e ao pequeno camarão. lembram-se do Gato do Shrek? descubram as semelhanças entre aquele olhar docinho e o olhar suplicante do camarãozito..hihihi. genial!
ah, quando o filme acabar e aparecer o genérico, não saiam logo da sala...pode ser que o consultor financeiro esteja escondido à espera da sua
musa :)
muito importante: o balde das pipocas e uma boa companhia! bom filme :)

sábado, outubro 02, 2004

oh mãe, não é como um brinquedo ou uma peça de roupa, de que gostamos muito ao início e depois fica arrumado a um canto. também não é nenhuma decisão difícil. gostas e fazes. e passa a ser parte de ti.
é mais como um quadro, que imaginas na parede e decides levar. quando mudas de casa (uma, duas, dez vezes), leva-lo sempre contigo, porque te identifica.
é só um desenho, um 'sonho', uma marca bonita que quero trazer sempre comigo. pequena, para não cansar. escondida, para ninguém ver.
não vês como estou feliz? :)