há dias em que só nos podemos sentir assim... :)*

CARTA (ESBOÇO)

Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências da vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei de que esse sítio podia
ser, até, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido de despedida, e que cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possível
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças: "Vem comigo!", e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,
isto é, a porta tinha-se fechado até outro
dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então
as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem
sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar
um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos
para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que
é também a mais absurda, de um sentimento; e, por
trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia
seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores
do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos
encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que
o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí
que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,
que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo
das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.

Nuno Júdice

esta fotografia tinha que ser tua, Mel! :)
(não te zangues Dani, veio emprestada do teu álbum, é um miminho merecido)
há sonhos que nos deixam voar e se transformam na nossa realidade...acho que é nesses momentos que somos felizes! multiplica-os então por tantos outros e sorri sempre.
agora vais passar a ver-nos lá de cima, pequeninos hihi. manda um postaleco ilustrado das nuvens ;)
um *xinhu* voador

p.s. acho que os meus amigos vão gostar de saber que tenho uma amiga hospedeira de bordo... ;)

a tortura gera a arte

mais uma produção artística na aula de Mutação dos Media (professor, se alguma vez vir isto, pense que estava a educar grandes génios incompreendidos...no fundo, exactamente como o senhor) :)

aula de Mutação dos Media...após a meia crónica da aula (que não me apetece transcrever hoje), o DESESPERO :)

"A arte de viver é mais parecida com a luta do que com a dança: está sempre pronta para enfrentar tanto o inesperado como o imprevisto, mas não está preparada para cair".

ai o imaginário masculino...

só hoje é que percebi por que é que os homens gostam tanto de um bom glúteo feminino.
passou-se a presente situação nos correios de Entrecampos. eu estava à espera da minha vez e vejo ao balcão, à minha frente, uma senhora toda pinoca. um frio de rachar e a mulher com uma blusa branca de malha e umas calças da mesma cor, daquelas que habitualmente usamos no verão por serem...frescas! adiante, que do modelito só interessa mesmo a cor...sublinho, BRANCO!
a senhora não era propriamente escultural: estatura média, cheia (forte, gorda, o que quiserem...) e loira de frasco (a idade não perdoa). quando ajeitou a roupinha, mais aconchegadita ao corpo, reparei - ATENÇÃO que eu não queria ver!! - que estava a usar lingerie preta. um soutien que vinha quase até ao fundo das costas (mas quando é que as gaijas aprendem a escolher a copa como deve ser?). e ainda...um magnífico fio dental, também ele preto!!
palmas...clap clap clap.
assim de repente pode parecer engraçado e tal, mas perguntam vocês: "o que é que isso tem de especial"? duh!
além do frio que estava a rapar e do evidente mau gosto para combinar cores, um fio dental preto enfiado no rego do dito (que ocupa demasiado espaço na atmosfera), com a calcinha muito justa...e a notar-se os potes de celulite espalhados por aquele rabão fora é, no mínimo, delicioso! LOL

peço desculpa, mas há alturas - especialmente aquelas em que as pessoas não têm sentido de ridículo - em que não consigo deixar de ser maldizente. ou constatar factos, como queiram.
talvez seja melhor arranjar um espelho...:$

Bravo, xcupa eu :)

esta passou-se há dias com a Bravo. tornei-me tão insuportável nesse dia a pedir-lhe que repetisse a cena vezes e vezes sem conta...que tinha deixar este post em tua honra :)

4ª feira, 8h e tal da matina, metro da linha amarela ou verde, para o caso não interessa.
a malta a esta hora não anda muito pelos ajustes: ou vai a dormir ou vai mal-humorada. que é como quem diz, arrependida de ter nascido! entrámos, o metro a abarrotar. lugar sentado? yeah, right. encostamo-nos às costas de um banco e já vamos com sorte. atrás da Bravo (eu conseguia ver, porque estava de lado), ia uma black (Bravo, foi o nome que lhe deste lol), a quem o dia não devia estar a correr bem.
o metro, toda a gente sabe, balança. não é por mal, mas aquilo nos carris não é muito certo. pronto, quem vai em pé também embala.
calhando, a black não gostou de ter alguém a balançar ali tão perto. toca no cotovelo da Bravo, arranja o ar mais besta que conseguiu e diz-lhe com o sotaque africano muito cerrado (reproduzam fielmente o sotaque, porque senão a piada não surte efeito): "'tá-me a meter confusão"!! ou, na língua dela, "'tá-má métêr confusao" :)
a velha máxima...a vida não devia começar antes das 11h da manhã. confirma-se, ninguém consegue ser feliz antes disso!

mais uma janta da crew! ou serão crews? ;)

da esquerda para a direita: Joaninha, Miguel, Anita, Raquel, Catarina, Vittoria, Bravo. a foto da pinta no nariz ;)

hoje é laranja porque me apetece. JC, tudo bem por ti? sem conotações políticas. laranja é fashion. mai' nada!

é bom ter-te de volta. os habitués também acham. mandas umas larachas para o ar e agora desenrasquem-se. não conseguimos articular 2 pensamentos seguidos (imagina se fossem dispersos), pois não? olha, escreve para aí. diz o que te vai na alma e logo se vê.

***
o jantar de ontem...ai o jantar. salvé sangria! os problemas do costume:
1. não há forno, come-se assim, que assado já se viu que não dá.
2. não há abre-latas e a vizinha do lado, velhinha, não queria abrir a porta, tinha medo das miúdas ("espreite pelo buraquinho da porta, eu mostro-lhe a lata"; "sou pequenina, não chego lá"). 10 minutos de conversa e já temos ananás!
3. também não há saca-rolhas, mas os empregados do restaurante lá safaram as garrafas de branco (e quase rebentavam com a porta do prédio, a Raq enganou-se no número).
4. "não façam barulho que o vizinho tem que se levantar cedo".
5. a maldita nostalgia, que teima sempre em aparecer depois de uns copos.
6. e o resto que ninguém precisa de saber (Mariah Loureiro Carey, Catarina Fingertips Marques, Miguel Imita-a-Senhoria Cabo, etc e tal), porque a noite foi nossa ;)

e a Vittoria lá no meio, sem saber se havia de fugir ou pegar na garrafa e esquecer que estava ali, no meio de tanta maluquice portuguesa. e o bolo? bem bom. queimado ou não, com o ananás fálico ou não...comemos e lambemos os dedos (fálico e lamber na mesma frase soa-vos bem?).

café na Rua Alexandre Braga, em Lisboa. agora e sempre, Portugal no seu melhor :) 

"the wind will blow the fire of pain across everyone in time..."
(Robert Frank)

é como se estivesses aqui. de certa forma, estás sim...sinto-te mais perto. partilhamos o gosto pelos mesmos detalhes e isso basta. por agora...
o balão voou tão alto. quero apanhá-lo e não consigo. não posso deixar que suba mais, mas os ventos estão contra mim. guardei lá dentro um sonho e agora todos vão saber. era aquele sonho em que entravas, caminhavas sobre as nuvens e trazias uma estrela para me dar. pousaste-a no meu ombro e, entre promessas infindáveis, o teu olhar disse-me que ias estar sempre ao meu lado. e agora todos vão saber.
se nem a ti posso contar...finge que não me ouviste. nenhum detalhe tem importância, nenhum olhar existiu. nem mesmo a estrela que trazias no bolso para me entregar.
na verdade, são só ilusões...pedaços de memórias que não encaixam... 

o gamanço já não é o que era!

achava eu na minha perfeita inocência de miúda-da-cidade-grande-também-capital-do-país que havia por aí muita violência e já ninguém ostentava os seus luxos, sob pena de ser gamado. 'tá bem 'tá!
entro no comboio, depois da avaliação no curso de inglês (a propósito, tive um A...which means "you're good girl" lol), e senta-se uma pindérica saloia (não se me ocorre mais nada simpático para dizer) à minha frente. 50 e poucos anos, ar desconfiado (se eu andasse naqueles preparos também olhava de lado para as outras pessoas), como quem diz "que-gentinha-tão-brega-que-frequenta-os-comboios-em-hora-de-ponta-quem-dera-o-meu-mercedes-não-estivesse-na-oficina-a-compor-aquele-arranhãozinho-e-o-meu-jarbas-não-estivesse-de-cama-com-um-problema-de-hemorróidas".
o casaco de peles preto (da feira, aposto), o sapatinho muito reluzente, a roupinha da boutique ciganô (como diria o professor de media)...e, a completar a figurinha, as jóias! quinhentas, milhentas, trilhentas: os fios e as correntes de ouro (não juro), os dedos todos das mãos com 2 ou 3 anéis, as pulseiras que tilintavam (sempre o ouro)...nestas alturas tenho pena que não haja um indivíduo para lhe fazer "certas e determinadas" maldades, a ver se estas peruas emproadas deixam de se exibir!

ah, já vos disse que tive um A na minha primeira avaliação de inglês? ;) o Natal está a chegar e gostava de ir a Londres... O:)

"...but it's hard to stay mad, when there's so much beauty in the world. sometimes I feel like I'm seeing it all at once, and it's too much, my heart fills up like a balloon that's about to burst..."
("American Beauty")

***
apesar de estarmos aqui, não consigo ver-te. não dessa forma que permite desvendar os segredos e as palavras dúbias. continuo à procura de uma verdade que não é a minha, mas a tua que afastas sem pudor. aprendi que os sentidos escondidos podem magoar tanto como um punhal (mais, muito mais...). deitei a cabeça no teu colo e chorei as incertezas desfeitas num manto de cinzas, que me cobria os dias e as noites, sem cessar.
agora és tu quem faz de conta que os jogos de palavras têm nexo. não têm. não enquanto uma ferida não sara e não abre caminho para um novo trilho.
queria que fosses tu. mas queria agora. a magia constrói-se nesses instantes e é por eles que me apaixono. se és tu quem traz a fantasia ao meu mundo, então entra. com as palavras, com os sons...ou vem sozinho. mas vem.

acordei agora e perdi a noção do tempo. estava a ver o filme "american beauty" e adormeci. é a terceira vez que acontece, sempre na mesma cena. ainda havia luz lá fora, num destes dias frios de outono, em que sabe tão bem sentir o sol bater-nos na cara.
acordei agora. já noite. a música de fundo (do filme) está a tocar e parece que não estou aqui. tão suave, tão linda...e o tempo começa novamente a correr... 

09.novembro.2004, 18h47
crónica de uma aula de media interactivos, hoje sem o príncipe dinamarquês :(

não houve aula teórica. hoje temos 3 horas a aturar um prof chato para caraças, com uma voz irritante q.b., que está neste momento a falar de layers - duplicar, apagar, etc. e tal que não interessa ao gato ("ao Misha, se faz favor" acrescenta a Joaninha)!
temos a imagem do computador projectada na parede à minha frente. não nos deixam ligar os computadores, por isso temos que ouvir este cromo a explicar TEORICAMENTE como se usa o photoshop! acho que não estamos aqui a aprender nada, mas pelo menos não o deixámos a falar (literalmente) para a parede.
se eu fosse esperta (não sou) tinha feito como 2 ou 3 colegas, que nem vieram dar um ar da sua graça. pena não ter adivinhado que o prof mais porreiro ia faltar. :( entretanto, já só faltam 2 horas e 5 minutos para esta m*rda acabar!
agora está a fazer uma selecção de imagem, que não serve para rigorosamente nada. ninguém lhe está a prestar atenção, mas o cabeludo de pêra e olho verde esbugalhado tem que ganhar o dele. espero que tenha ao menos consciência do sofrimento que nos está a causar (ainda as layers...).
como diria o professor Traquina (saudadinha!)...BORING!! olha, está a copiar a cabeça de uma águia...menos mal, podia ser um leão! a Geraldes interrompe para fazer uma pergunta desnecessária, para a qual ela própria sabe a resposta...mas parece sempre bem (mal) tentar mostrar que sabe mais do que o chatrrão aqui ao lado.
(será que dali ele consegue ler o que estou a escrever...?)
se não parecesse mal (ou pior do que não estar a prestar atenção nenhuma), aproveitava para passar os apontamentos da última aula de fotografia a que faltei.
LAYERS SUCK!! já tenho aquela vozinha abichanada no ouvido a dizer "layer...layer...fora
da área útil...LAYER"! a águia foi à vida, agora temos a bela da palmeira com...girassóis (claro, isto em layers diferentes)! isto diz muito da personagem...e a forma de beber a águinha, que fofinho!
a Geraldes pode formatar não sei o quê, o prof tem que acertar no texto...e a p*ta da aula nunca mais acaba!! 18h06...
a Bravo vai deitando um olhinho ao que estou a escrever e ri-se. a Raquel pensava que eu estava a tirar notas...yeah, right! surgiu agora um título idiota para qualquer coisa que não sei o que é, porque não estou com atenção: "as minhas férias"! que pindérico. ah, não esquecer o 'je'peg (e não 'jota'pega)...banana!
18h09...and still counting...

(18h19 - INTERVALO...FINALMENTE!!)

18h47 - menos dois! se já éramos poucos, agora temos a sala quase vazia. não se percebe! a Geraldes abre a boca para responder a uma questão de uma colega e SOBREPÕE-SE ao prof, não o deixa falar!! ninguém lhe disse que isto é uma aula e que o prof (que não se sabe impor...paspalho) é que manda?! a ver se não me passo da tola...! acho que vou simplesmente ignorá-los :)
"está-me a faltar SENSIBILIDADE neste momento"!! mas pagam-lhe para ser sensível?! bem, então está a fazer um óptimo trabalho...já todos tínhamos reparado!
boa, o prof agora tem um vírus no pc, que surgiu subitamente...azarito! pode ser que aula acabe mais cedo :)
cedo falaste...mandou-nos ligar os computadores e vamos lá a trabalhar!

uma imagem do Daniel...com a letra dos Lifehouse, "everything".
há dias que merecem obras assim...

"find me here
and speak to me
I want to feel you
I need to hear you
you are the light
that's leading me
to the place
where I find peace again

you are the strength
that keeps me walking
you are the hope
that keeps me trusting
you are the life
to my soul
you are my purpose
you're everything

and how can I
stand here with you
and not be moved by you
would you tell me
how could it be
any better than this yeah

you calm the storms
and you give me rest
you hold me in your hands
you won't let me fall
you still my heart
and you take my breath away
would you take me in
take me deeper now

cause you're all I want
you're all I need
you're everything
everything"

há dias, o Miguel telefona-me e diz-me: "tenho bilhetes para um espectáculo que tem a tua cara, o Gato Fedorento. queres vir?"
ai não! como não quero deixar ninguém com (muita) inveja, deixo apenas uma palavrinha...GENIAL!
no final, fiquei com a sensação que o comentário ao telefone tinha sido um elogio! obrigada :)

***
quanto ao fim-de-semana...não há muito a dizer. quando todos os momentos são especiais, não devemos falar deles...podem perder a magia :) então mais vale senti-los, um a um. porque a saudade é tão boa! :)

hoje dou a palavra e a imagem ao Daniel. o dia está cinzento, as palavras não se soltam e encontrei num texto dele o sentido ideal para um dia assim. e a imagem para todos aqueles em que é difícil respirar...

"Debaixo duma luz fusca, apenas isto é alma, nas sombras em que te tomo o gosto, apenas isto é teu. (...)
Nesta noite apenas isto é alma, demora o tempo que for, e só a razão da noite nada mais ser, transforma este lugar só nosso. (...)
Não sei ao certo se te comparei nesse instante, se te imaginei sem nome, não inventei desculpas para me deixar morrer...movemo-nos por gestos em que tropeçamos e caímos. (...)
As aspas fecharam-se...voltei para perto de ti e voltamos a respirar bem fundo, arranjamos força para percorrer o destino. Cheguei a acreditar que a cada passo que demos, deixamos para trás todas as escolhas estúpidas que fomos fazendo quando planeamos nossos mundos. Atravessamos corredores de dor infinita, corredores repletos de portas fechadas e que chamavam noite a outra dor íntima que suporta o regresso.
Se isto fosse um sonho mudava-lhe o cenário, se isto fosse um conto escreveria palavras diferentes, construía um caminho cheio de escolhas, de crianças que choram por sorrisos, queimava o choro em que nado, responsável pelo equilíbrio de tudo.
Abraça-me. Abraçamo-nos. Durante meio minuto fomos um só, à nossa volta o espaço era um vácuo de existências. Éramos anjos sem asas. Nunca gostei de despedidas, detesto tudo o que se resume a meras hipóteses, mas naquele momento, deixamo-nos corromper por meras hipóteses, abraçamo-nos."

Braga, 29 de Outubro de 2004
Daniel Camacho